terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Vou-me embora pra Niterói.

É isso, e meu eu-lírico vai junto.
Aqui jaz um blog.


E bora praticar o desapego.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

vestidodurexlatexdorcampovirgemprédio
bundaalcachofrasexosexocimentoagulhae
spasmoerasmocorsangueflortirolitrolinhal
ataleitelutolábiolãlóbulobinóculooráculocu

com      quantas     perguntas     se    faz  
uma                                           resposta?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

03:01

Lá vem ele querendo saber da alma dela
E ela querendo saber da alma dela
Querendo saber...
E a alma toda na lama.


Feliz, ano novo!
Que 2010 já tinha dado nos pacovás!

Ah, o Rio!

Que coisa mais linda de se sentir, que saudade mais doídinha que ficou!

Impagável ver os Arcos da Lapa todo dia , impagáveis companhias. A Lapa é linda, tem gente linda, que faz arte linda, que fala com você de um jeito lindo.
Dois beijos na hora da chegada, dois beijos na hora da saída. Êta povo caloroso!

Delícia de Rio quente, de amolecer as pestanas, de dormir na praia esperando a lua chegar. Delícia de morros pinturas, obras de arte.

Morro de Santa Tereza, que apesar de nome divino, é estonteantemente terreno. Com suas fotografias de braços abertos, estilo redentor.
Morro da Conceição, a Pedra do Sal, onde nasceu o samba, que arrepia a pele e tudo o que ela envolve.
Da praia, vi o Vidigal, favela acesa, flamejante de luz, que toma o morro de assalto.
Mais das favelas, vi só as crianças brincando de crime, vítimas de todos nós.

Da camaradagem malandra, festa vip todo dia, com cerveja e comida, punk rock e samba carioca que toca Adoniran!
E mesmo com o trânsito caótico, os bueiros inquietos, as baratas, os ratos, o cheiro ruim, e todas os problemas socias que já cansaram de se ver, o Rio continua lindo...demais, como nunca pude imaginar!


O Rio morde e assopra, e te bota uma paixão por dentro das carnes, que nunca mais se esquece.


" Está nascendo um novo líder..."

Iiii muleque, tá de caô? O Rio é maneirão, aí?! Me amarro!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Palpito

Puta que pariu. De novo. Quando acaba? Ou quem sabe, um começo? Seria agradável.


Porque a madrugada, logo depois das três, dá enjôos e vontade de fumar. Ao mesmo tempo.

Sempre o arrepio do primeiro trago. Me traz de volta. Me traga. Solta.

Amor. Música. Drogas. E depois: solta. Prende, e solta. Tosse, escarra, beija.

É o ridículo de ser. Ou não, mas é.

Tudo vai se roendo. Tudo fica menor e os anos passam.

Os objetos sempre em sua própria anarquia. Não se deixam ser controlados e ficam pelo chão. Sempre meio chão, meio céu. Meio sem gravidade. Até quando: ...resposta...

As paredes no mesmo lugar. Os cabelos pelo piso, as portas meio abertas, o vento pela janela. Tudo meio agudo. Tudo meio.

Previsível. Como conviver com o previsível mais inteiro: ...resposta...

A dor do ridículo, grilhão. Corta, sangra, corre.

Recupera o fôlego. E tudo de novo.

do filme Nome próprio - Murilo Salles

"Algumas vezes quebram minhas pernas, chutam minha cara, pisam nos meus dedos. Eu sobrevivo, tenho sobrevivido. Sou marcada, sim. Mas faço valer cada uma das minhas cicatrizes."

Baseado na obra de Clarah Averbuck.

Com Leandra Leal.
Não conheço a matriz, mas a atriz é brilhante, talvez quase mais interessante.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Meu eu-lírico foi comprar cigarros.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

die die die, my darling

televisão lobotomia espelho lobotomia reza lobotomia bom dia lobotomia trânsito lobotomia trabalho lobotomia fast food lobotomia tabaco lobotomia trabalho lobotomia transito lobotomia boa noite lobotomia televisão lobotomia cama lobotomia enxaqueca lobotomia insônia lobotomia
lexotan.

Curva

De repente vem. Na garganta aranha, rouba o ar. O sangue corre dinamite. Os olhos trocam cor por água. Pólvora. Pólvora. A gravidade rouba o chão, e nem as paredes ficaram. Taquicardia. Tactactic. O corpo arde por um pouco de calma. O tempo desmaia.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

21:47

Me vejo no reflexo da janela do ônibus.
As ruas vão passando, eu continuo lá e isso me dá uma sensação estranha de metáfora. Queria estar com um agasalho laranja como no filme, ou ter 16 anos e tocar violão.
Às vezes ouço uma música, e aí parece que ela pega meu pensamento e estica, e estica, estica pro passado, e em forma de estilingue, arremeça ele pro futuro.
Queria que os vidros que refletem se espatifassem em cacos depois da estilingada.
Meu cabelo não é mais o mesmo, nem o olhar. O tempo tá passando em mim, eu sou os números e os ponteiros, e o tic-tac é a dúvida .
Só o sorriso trêmulo e bobo que continua.
O ônibus balança, e meu reflexo balança junto, e o pensamento parece soluçar. Gosto de viajar de trem. Gosto de viajar.
Sempre que algo está pra começar, vem a esperança da vida mudar. Mas não é a vida que eu quero que mude, sou eu que quero me mudar de mim. Pegar um trem e ir embora, sem janelas me refletindo o tempo todo.
Pareço uma menina-mutante-mulher.
Sou minha maior prisão.
Mas não, não é tristeza. Nem cocaína. É melancolia cinematográfica.
Tudo o que queria era meus 16 de volta. Dezesseis.